domingo, 16 de março de 2014

O óbvio


O óbvio

O Brasil é o País que odeia as obviedades.
Em uma semana recheada de acontecimentos absurdos, a resposta de nossa sociedade é um simples balançar de ombros.
A morte do subcomandante da PM no Rio de Janeiro, Acácio Alves, chama a atenção pela divulgação tímida dada pela mídia e pela falta de manifestações na cidade e no País.
Onde estão os pneus queimados pela morte desse ser humano em pleno exercício de suas funções profissionais?
Onde estão os bandidos que ateiam fogo nos ônibus que horas depois fará falta às pessoas mais humildes?
Onde estará a revolta desses brutos? Não se viu nenhum sininho badalando pelas ruas do Rio...
A instituição Polícia Militar, como qualquer outra, possui bons e maus profissionais, porém a sociedade como um todo - não há exceção, pois se alguns a chutam, outros se omitem - deseja o seu fim.
A relação entre as pessoas e a PM é muito parecida com a relação dessas mesmas pessoas com Deus. Quando se está entre a vida e a morte, até o ateu clama por Deus. Com a PM não é diferente! Quando as pessoas passam por algum perigo eminente, discam o 190.
Claro que sou do tempo em que as pessoas respeitavam esta instituição de segurança pública e alguns bobocas de plantão afirmam que isso acontecia pelo medo que ela impunha. Respondo de forma clara e objetiva: respeitávamos também os nossos professores!
Alguém com idade acima de 40 anos lembra de ver na sua escola um garoto arremessar uma carteira no peito do professor?
Alunos levantam-se para a entrada de professores, crianças pediam licença para intervirem na conversa dos pais e se dizia "bom dia" nos poucos elevadores que existiam.
Os valores estão cada vez mais perto do lixo da alma e não se vê ninguém levantar a voz ou o olhar contra essa situação.
Nosso blog foi construído para debater sobre resultados de pesquisas, mas tomou outra dimensão e caminho devido a minha formação que me obriga a pensar em uma sociedade melhor e também por ser cutucado por amigos que pedem mais atenção sociológica do que técnica para o mundo atual.
Ando pessimista, as pessoas andam pessimistas. Sou educado, mas me deparo com muita gente mal educada. Sou comprometido com o meu trabalho, mas me deparo com muitas pessoas descomprometidas pelo caminho.
Para cessar os porcalhões que insistem em jogar papéis no chão, recorre-se a multas, já que a tarefa de educá-los nasceu fracassada. Deixo bem claro que sou a favor da multa, como também sou a favor da redução da maioridade penal.
Apenas um pouco de história...
Em 1.688 aconteceu na Inglaterra a Revolução Gloriosa, mais por motivos religiosos entre diferenças entre católicos e protestantes, porém em 1.689 culminou Declaração de Direitos documento esse que determinou o direito a liberdade, a vida e a propriedade.
Parece pouco, mas não temos isso no Brasil.
Falo desse óbvio ululante!
Não se vê nenhuma atitude óbvia para melhorar a situação do País, na educação saúde, segurança pública, infraestrutura, redução de impostos e burocracia, apenas para citar alguns temas.
Porque tantas leis diferentes para crimes tão parecidos?
Quer um exemplo? Crimes contra a vida!
Se eu tiro a vida de alguém com uma faca, uma pistola ou um sinalizador devo ter a mesma punição? Pergunte ao pai de família que perdeu seu filho nas mãos de um menor o que ele pensa.
Enquanto promotores e advogados de defesas lutam entremeados em leis para definir sobre agravantes desse crime, os pais que perderam o filho derretem aos poucos em sua casa.
O caminho para o 1º mundo é muito mais fácil do que parece, mas nós brasileiros escolhemos a via mais tortuosa, consumindo smartphones demais e livros de menos.
A última campanha gloriosa, agora é aplaudir o pequeno número de leitores de jornais e revistas. Isso é realmente o fim da picada!
Se imagine por alguns segundos você sentado dentro do avião em vias de decolar e percebe que o piloto é uma pessoa que você tem ódio figadal. Você torceria para o avião cair? Pois é, tem gente que torce.
Voltando para a instituição Polícia Militar, confundem suas ações de hoje com as suas ações de 1.960. Isso é outro absurdo! Não há dentro da polícia nenhum soldado que estava em campo nessa época e certamente não pensam como outrora pensavam. Seus comandantes tiveram outra formação, militar, mas mais conceitual.
A última palhaçada em campo é a tal desmilitarização! Que porcaria é essa? Alguém pode me explicar? Querem a PM sem farda, sem arma letal, para enfrentar o crime organizado? Tá de brincadeira?
É, mais uma semana passou, mais uma família ficou destruída, mas dessa vez ninguém se sensibilizou.
Espero que a maioria silenciosa, cansada desses absurdos, apareçam em algum momento próximo e comece buscar por mudanças na sociedade. Fazer o óbvio e simplificado.
À família de Acácio, os meus sinceros sentimentos.

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