sábado, 31 de janeiro de 2015

Dilma, eu te entendo

A eleição de 2014 foi muito disputada, brasileiros de Norte a Sul se envolveram em discussões que por muito tempo ficaram adormecidas, uns aprovavam a forma de governar de Dilma Rousseff e o seu partido, o PT, outros criticavam e viam que a hora da mudança havia chegado.
As urnas mostraram que o País estava dividido e que, por um bom tempo, ficará, pois crenças e ideologias não se mudam instantaneamente.
Dilma era acusada de fazer campanha em cima de mentiras e seu maior adversário, Aécio Neves, em plena campanha buscava deixar isso claro.
Quando Aécio foi um pouco mais incisivo em um dos debates de 2º turno, a reação da Presidente, seu partido, aliados e grande parte da imprensa reagiram de forma tão bruta contra o candidato do PSDB que ele mesmo acabou mudando o tom e usando outros adjetivos para demonstrar as imperfeições ou enganos da Presidente. Aécio foi taxado de violento contra as mulheres e mais um pouco, pediria perdão em rede nacional, por ter sido mais "duro" do que o necessário.
Após as eleições e com uma vitória apertadíssima, Dilma contrariou toda a sua campanha, principalmente sobre as questões dos juros, planejamento energético e direitos trabalhistas, fazendo tudo o que acusou seu adversário Aécio ter intenção de fazer. Quem não lembra da afirmação da Presidente para Aécio Neves também em um debate: "Seu partido que está acostumado a plantar juros para colher desemprego"?
Dilma caiu em descrédito e nem mesmo boa parte daqueles que votaram em seu projeto de país (?) continuam a acreditar em suas palavras.
Pois bem, ninguém defende as incongruências de Dilma, aliás, nem ela mesma, que fez questão de sumir dos noticiários. E eu, um simples estudioso político, vem por meio deste artigo fazer!
Participei de inúmeras campanhas eleitorais e sempre me deparei com muita mentira - não tenho medo de fazer essa afirmação e/ou usar uma terminologia mais amena.
Candidatos, para vencerem um pleito usam de tudo, até mesmo mentiras!
Os eleitores adoram promessas, mesmo que de difícil resolução e aceitam-as como um bom ponto motivador para dar seu voto, mesmo que isso fique em um plano inalcançável.
O ser humano mente todos os dias mudando apenas a intensidade ou potencialidade. Algumas mentiras são aceitas de forma tranquila e outras chegam até ser elogiadas pelas pessoas e também pela imprensa. E em alguns casos, a mentira e a desonestidade, são vistas apenas como malandragem necessária, que faz parte da cultura malemolente do brasileiro, do nosso jeitinho!
Como não se lembrar da Copa de 1962 no Chile quando Nilton Santos, após cometer um pênalti no atacante espanhol, Enrique Collar, deu dois passos a frente e o árbitro Bustamante acabou por marcar apenas falta fora da área. Detalhe: a Espanha vencia por 1 a 0 em um jogo eliminatório e o Brasil virou o placar.
O que fez o maior lateral-esquerdo da história? Cometeu uma desonestidade, mentiu, ludibriou, etc, mas para o povo brasileiro, para a imprensa, isto é, para todos os brasileiros, ele foi apenas esperto!
Qual era a intenção final de Nilton Santos? Vencer o jogo e fez de tudo - incluindo mentir - para vencê-lo. Apenas o resultado importava naquele momento!
Vá você tentar mostrar que o título de 1.962 aconteceu por causa de uma atitude desonesta...
Casos como esse no futebol e na vida são rotineiros e não causam nenhuma consternação em nosso povo, pois nossa cultura é assim, maquiavélica, onde o os fins justificam os meios.
Dilma queria apenas vencer as eleições e fez de tudo para isso e conseguiu!
Por que agora a estranheza de parte da imprensa livre, pois a grande parte vive ao lado da mesa esperando as migalhas que caem no chão para sua sobrevivência e por isso não são livres, com essa atitude!
Esperar de um brasileiro e Dilma está entre todos, 100% de sinceridade, correndo o risco de perder o seu maior objetivo, seria esperar demais.
Dilma não mentiu, apenas foi mais brasileira do que nunca!
Como diria Oto Von Bismack: "Nunca se mente tanto como nas eleições e depois de uma pescaria"!

Por Marcelo Di Giuseppe






terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Indonésia

No dia 17.01.15, o instrutor de asa-delta Marco Archer foi executado em Jacarta, capital da Indonésia, país asiático com cerca de 250 milhões de habitantes.
Ele havia sido preso em com muita cocaína escondida nos tubos que formam o esqueleto de sua asa-delta.
O tiro dado em seu peito traz à tona algumas discussões: a pena capital é a melhor forma de se fazer justiça?
Por um lado podemos pensar que sustentar um bandido incorrigível durante 30 anos, podendo ele ainda continuar crime, já que o sistema prisional é leniente com suas ações criminosas, a pena de morte seria uma forma de diminuir a criminalidade e o custo de um país que poderia estar investindo na queda da criminalidade, na educação, etc.
Outro argumento à favor é que um bandido morto seria um a menos a voltar a delinquir.
Temos também argumentos contrários a essa medida, tais como: a possível falha da justiça em culpabilizar uma pessoa que no futuro, após sua morte, descobrir a sua inocência ou pelo simples fato de que todos podem ser corrigidos pelo sistema prisional, desde que queiram.
Sou a favor de todos argumento contrários e favoráveis a pena de morte e por isso, sou pessoalmente, contra a pena de morte, já que, na dúvida, prefiro me abster.
Porém, não posso criticar e tentar interferir na decisão de um país asiático e toda a sua independência econômica, financeira, administrativa e cultural.
Marco Archer, por ser um traficante profissional e internacional, certamente sabia do risco que corria e preferiu, ao invés de acordar cedo, tomar um banho e ir trabalhar, cursar um caminho tortuoso e criminoso.
Percebemos, no entanto, que o governo brasileiro iniciou sua empreitada chamando o seu embaixador de volta para o Brasil e agora com a redução do comércio exterior com aquele país.
A presidente da República, Dilma Rousseff, se mostrou indignada e tentou de tudo para que a execução da lei daquele país não fosse cumprida.
Primeiro, já seria muita interferência querer intervir nas leis e costumes de um país longínquo. Afinal, a Indonésia não estava contrariando as sua leis, apenas cumprindo-as.
O Brasil é conhecido pela sua malemolência com as leis, onde podemos citar facilmente casos de assassinos que respondem em liberdade e talvez jamais irão para cadeia.
É isso: quem é o Brasil, um país que não gosta de cumprir leis, para intervir em um país que está fazendo apenas o básico?
Outro ponto a se estranhar, é o tamanho da indignação da Presidente da República pela morte de UM brasileiro, por pena de morte, por ser um criminoso contumaz, por um país que tem no seu cabedal de leis a pena capital.
Jamais vi um pronunciamento indignado da Presidente da República com os 50 mil assassinatos contra criminosos e inocentes que ocorrem anualmente no país que ela preside.
Fica a questão: Marco Archer sabia que corria risco de morte ao traficar em solo indonésio, foi pego e assassinado e o governo brasileiro se comove. Quase 60 mil brasileiros são assassinado em solo brasileiro e o governo não se move!

Por Marcelo Di Giuseppe

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

O que será desses jovens?

A gente fica velho...e como fica!
O tempo não perdoa e parece passar cada vez mais rápido.
Pensei muito sobre isso e cheguei a conclusão que essa sensação de tempo voando está diretamente ligada a velocidade em que levamos a vida em nosso dia-a-dia.
Se não temos nada para fazer, o tempo pára! Se temos muita coisa coisa por fazer, o tempo voa!
Parece óbvio, mas é natural ouvirmos ou falarmos: já estamos no final do ano, etc...
Pensando assim, vejo esses jovens fantasiados pelas ruas, pintados com tatuagens eternas, fazendo questão de falar errado, transgredindo as leis naturais da vida e as feitas pelos homens e penso: onde eles irão chegar? O que será deles daqui alguns anos?
A resposta parece também muito óbvia, pois nesse mesmo momento, nos deparamos com jovens preocupados em buscar uma experiência internacional, falar outro idioma, estudar mais, fazer um esporte, ler um livro, etc.
O que mais me deixa triste é perceber que a juventude das classes média alta e alta fazem parte desse segundo grupo e os jovens das classes mais baixas estão em um caminho sem volta, rumo ao precipício da ignorância.
Antigamente, e eu faço parte desse grupo, pessoas de menor poder aquisitivo tinham pais de pouca escolaridade, mas que exigiam muito de seus filhos, mesmo em escolas públicas. Aliás, me recordo de ter ido fazer o chamado vestibulinho em uma escola de segundo grau do governo, pois as vagas eram concorridas. Antes que me perguntem...passei!
Só havia uma forma de conseguir competir com os jovens bem nascidos: estudando muito!
Entrar em uma universidade, mesmo particular, era um parto! Estudar inglês, apenas para os ricos! Viajar para o exterior, também!
Hoje está tudo mais fácil, a internet deu a possibilidade de qualquer um estudar, se formar, buscar informações e viajar, mesmo que seja virtualmente, mas nossos jovens preferem ser instruídos por vossas tribos e fazer parte de algo que não lhe dá um bom presente e certamente lhe dará um futuro tão ou pior do que o que seus pais tiveram.
A exaltação de cantores de funk, MCs, entre outros ao invés de buscar por uma cultura mais elevada, rebaixa esses jovens a um mundo sem precedentes.
Sei que muito dirão que isso também é cultura, a cultura da periferia, etc, mas será que o desejo de todo jovem da periferia é permanecer o resto de sua vida por lá ou será que ele deseja morar em uma casa melhora, com condições sanitárias melhores, etc?
Percebemos a resposta pelos próprios artistas que ao ganhar o primeiro milhão deixam sua casa de infância para trás.
Infelizmente, notamos que essa juventude desorientada ficará pelo caminho e em uma sociedade cada vez mais em busca do conhecimento, ela permanecerá à servir os que hoje buscam por melhor formação.
A distância entre ricos e pobres jamais reduzirá enquanto essa concepção de juventude for alimentada pela mídia e pelo governo.
O caminho é sem volta...

Por Marcelo Di Giuseppe

sábado, 3 de janeiro de 2015

Turistas ou Duristas?

Eis uma questão fundamental para quem mora em cidades de praia e que em algumas épocas do ano são visitadas por um grande número de turistas.
O alvo principal dessas pessoas certamente é a beleza e a tranquilidade da areia da praia, um banho de mar e o Sol escaldante.
Chega a ser interessante essa relação entre as pessoas que passam o ano todo em meio ao caos do trânsito da cidade de São Paulo, por exemplo, e o relaxamento da cadeira de praia.
Se essa relação ficasse apenas nesse patamar tudo seria compreensível, mas a coisa é bem diferente!
A falta de educação das pessoas que fazem da praia o seu vaso sanitário, das ruas salão de funk ostentação e das noites ringues de vale-tudo, transformam paraísos em infernos.
Se para esses duristas - turistas que vêm sem dinheiro, apenas em busca de curtição - o ano começa bem e feliz, para nós, os moradores de cidades assim, o ano começa um inferno!
Há muito tempo venho pensando em como cercear e limitar os desmandos dessas pessoas que não se comportam da forma que uma sociedade organizada espera, mas normalmente sou vencido por comerciantes que miram apenas os seus caixas e políticos que evitam tomar decisões firmes.
Os comerciantes vêm percebendo que suas vendas poderiam ser muito melhores se a qualidade dos turistas fosse melhor.
Enfim, notaram que o ticket médio maior é mais interessante do que muitos tickets baixos, pois lhe geram menos custos, menos problemas, etc.
Já os políticos, ainda demoram a perceber que esses turistas geram muito mais custos do que divisas para a cidade, seja com o acúmulo de lixo nas praias e ruas, atendimentos nas unidades de pronto atendimento e problemas de segurança.
Ter a cidade cheia de turistas não deve orgulhar ninguém se os problemas são maiores do que a geração de divisas.
O Governo Federal, o maior arrecadador de impostos, não dá reforço de caixa para essas cidades que sofrem com essa invasão desmedida de maus educados e consequentemente, porcos.
Sobra assim, para os municípios resolverem os problemas gerados por visitantes à sua população e ao seu caixa.
O ano de 2015 chegou, a Presidente conclama para a "pátria educadora" e notamos que o caminho é esse, mas sabemos que esse caminho não será seguido, porque o governo não pensa realmente assim e porque o povo brasileiro não quer que seja assim.
Dessa forma, o que sobra é a vontade de planejar o final de 2015 para que esses problemas sejam realmente resolvidos.

Por Marcelo Di Giuseppe