sábado, 22 de março de 2014

Entrevista de Alexandre Padilha em Santos


A Tribuna de Santos

Alexandre Padilha realizou visita de cortesia ao Jornal A Tribuna em Santos e concedeu entrevista para a repórter Débora Pedroso.
Comento em vermelho suas respostas.

Quais são as suas propostas de Segurança da Baixada Santista?

"Precisa reestruturar a distribuição da polícia. Não é correto o litoral de São Paulo ter o efetivo das Polícias Civil e Militar de acordo com a população fixa desses municípios ou por alguns indicadores de violência. Tem de se levar em conta a população sazonal que a região recebe, seja durante o período de férias, mas também pelo próprio movimento de circulação de mercadorias no Porto de Santos. Não pode ser só na Operação Verão. O turismo não é só na Operação Verão, temos aumento de movimento toda a semana pelo turismo de negócios, pelo Porto, pelo petróleo e gás".
A resposta de Alexandre Padilha é óbvia e deixa uma questão: Porque será que até hoje nenhum governador tomou essa decisão? Será que é por falta de verba, falta de efetivo, falta de inteligência ou vontade política?
Realmente não dá mais para ter poucos policiais em uma região tão extensa e com fluxo de pessoas e automóveis tão intenso. As cidades da região vêm reforçando as suas Guardas Municipais para dar apoio à PM e muitas vezes acabam fazendo o trabalho de repressão ao crime, longe de ser sua função.

Quais são as suas propostas para o acesso à Baixada Santista?

"Ao longo de todo o tempo, o atual governador apostou em rodovias. Não se apostou em linhas férreas, em sistema de dutos e hidrovias. De dois milhões de contêineres que chegam ao Porto de Santos, 80 mil vem por linha férrea. Isso poderia chegar a 1 milhão. Tem de reforçar as linhas férreas que já existem e apostar em trens mais leves. Fundamental também pensar em outros acessos rodoviários. Durante muitos anos houve um projeto que ligava Parelheiros à Itanhaém. Hoje, nós defendemos uma estrada do nosso Litoral Sul ao trecho sul do Rodoanel. É um trecho curto de 15 quilômetros, podendo o acesso ser mais rápido".
Novamente, Padilha dá respostas óbvias e que há séculos esperamos. A questão novamente é: Porque não há investimentos em ferrovias? Cabe a mim lembrá-lo que o Governo Federal não conseguiu colocar para frente o projeto do trem-bala. Aqui vai uma ressalva: ainda bem! Afinal, era um projeto caríssimo e sem necessidade alguma, pois nossos aeroportos, melhorados (para mim, privatizados!) já atenderiam a demanda no eixo Rio-SP. Voltando às ferrovias cabe lembrá-lo também que ela foi privatizada e jamais foi cobrado da empresa que fizesse investimentos para a melhoria do serviço e o atendimento da demanda. Nem capinar e limpar as margens da ferrovia a empresa realiza! Com relação a estrada Parelheiros-Itanhaém, cabe outra correção: O Litoral Sul não espera há anos a realização dessa obra, mas séculos! O pintor itanhaense Benedito Calixto (1853-1927) retratou esse caminho há mais 100 anos atrás! Após a criação do Rodoanel, as coisas parecem ter ficado mais fáceis e mesmo assim, não houve evolução. Como o governo vive de prioridades, pois não há dinheiro para tudo, peço educadamente que se Alexandre Padilha vir a ocupar o cargo de Governador de SP, se preocupe antes em resolver o problema de acesso o Porto, que afeta muito mais pessoas do que a estrada de Parelheiros.

Quais são os projetos para a saúde?

Sempre disse que o Mais Médicos era um passo extremamente corajoso, mas que iria provocar outras mudanças na área da saúde. Aqui, na Baixada Santista, só ouvi elogios sobre os médicos. Mas a região precisa de mais, além disso. Mais equipamentos, mais estruturas, hospitais e serviços que reduzam as filas de cirurgias e exames. Para isso, vamos aproveitar ao máximo todos os programas que o Ministério da Saúde oferece e fazer parcerias, até público-privadas, para a construção de hospitais e centros de imagens.
Apesar de todas as ilegalidades e absurdos trabalhistas do Mais Médicos, esse é um projeto necessário para suprir a falta momentânea de profissionais médicos. E Alexandre Padilha fala novamente o óbvio de tudo o que a região, o Estado e o País precisa. O maior problema porém da saúde pública brasileira, Padilha como ministro da pasta não conseguiu resolver que é o baixo repasse de verbas para municípios. Apenas para ilustrar, em 2.013, ano em que Padilha ainda ocupava a pasta, foi repassado pelo Governo Federal cerca de R$ 38 bi para todos os municípios brasileiros. Isso resulta em R$ 15,83/percapta/mês. Isso mesmo! Se você possui ou conhece alguém que tenha plano de saúde, sabe que não sai por menos de R$ 500,00 onde você tem acesso para consultas, exames e cirurgias. Agora imagine quanto custa aos municípios para dar: SAMU, consultas, exames, cirurgias, tratamento de Aids, etc. Alguém está se ferrando nessa história e eu te conto: Os prefeitos!

Você tem uma carreira de gestão e vai enfrentar a urna pela primeira vez para o governo. Como pretende quebrar a hegemonia tucana?

O PT está muito maduro depois do avanço que fez em várias prefeituras e alianças amplas que têm nesses municípios. Fiz questão de conversar com prefeitos do PSDB e do DEM, de oposição, porque nossa estratégia é mobilizar força para além do PT e construir um programa de governo consistente para o Estado de São Paulo.
A partidarização da política é necessária, claro!, mas em uma democracia, o jogo do nós contra eles acaba por deixar cidades e estados relegados aos desejos dos mandatários do momento.

Você acredita que a condenação dos réus do mensalão e o desgaste de três mandatos na presidência da República podem prejudicar o PT?

Estou convencido de que não haverá impacto na eleição. Todos aqueles que são oposição sempre buscaram usar esse tema para o processo eleitoral e deixaram de fazer o debate com o qual a população está preocupada. O debate central para as eleições de São Paulo é sobre como teremos uma liderança no Estado de São Paulo que lidere para que esse estado cresça cada vez mais.
O mensalão não impactou a reeleição de Lula m 2.006 nem a eleição de Dilma em 2.010 e o motivo é muito claro. A população brasileira, infelizmente, tem um senso ético, eu diria, muito elástico, talvez por tomar atitudes iguais, em menor grau, de desvios cotidianos (consegui ser educado!).
O que eu quero e gostaria que todos quisessem em meu País é que tivéssemos políticos honestos (que é uma obrigação!) e competentes (que também deveria ser!). Apenas isso!

Pra finalizar

De duas uma: Ou Alexandre Padilha está muito bem treinado por sua equipe para responder as demandas da região OU elas são tão antigas que até mesmo quem não é daqui está farto de ouvir nossas reclamações.


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