terça-feira, 20 de maio de 2014

Ricardo Setti

Leitura obrigatória

O colunista da Veja, Ricardo Setti, é um jornalista invejável. Equilibrado, honesto e com doses sempre inteligentes e humoradas, seu blog é hoje um dos mais lidos do Brasil. Não há como acordar sem dispensar alguns minutos do dia para seus textos tão esclarecedores.

Vitória de Aécio Neves

Em sua coluna no dia de hoje, Setti argumenta com fatos e não ilações que a vitória de Aécio Neves é uma possibilidade muito real.
Nossas pesquisas há muito tempo vem apontando para um certo cansaço da população para a situação do País.
Lembro-me ainda quando destaquei, meses antes das manifestações de junho de 2.013, que uma convulsão social começa a surgir no horizonte e não preciso nem dizer o quanto fui ironizado por isso!

Vamos aos fatos

O jornalista destaca inicialmente as diferenças entre Serra, derrotado em 2.010 e sua personalidade pouco flexível e Aécio em 2.014, e seu jeito mineiro e agregador.
Isso é fato e sem dúvida é um dos pontos que o levará ao 2º turno (dado esse que nossas pesquisas também apontavam desde março de 2.013!).

Juventude de Aécio

Outro ponto revelado por Setti seria a diferença de idade (Serra 72 contra Aécio, 54) e aqui eu acrescentaria o fator beleza.
Serra é comumente ironizado pelo seus traços sérios e pouco atraentes e Aécio é conhecido como galanteador e charmoso.

Minas Gerais

Destaca também Ricardo Setti a diferença positiva de votos que o PSDB imagina colocar no Estado natal de Aécio Neves. Dilma em 2.010 colocou 1,8 milhões de votos sobre Serra e nessa eleição de 2.014, o PSDB sonha em fazer 3,5 milhões de votos a mais que Dilma, que somados aos 1,8 milhões de 2.010, daria uma diferença positiva a Aécio de mais de 5 milhões.
Aqui apenas um fato histórico: Em nenhuma eleição até hoje no Brasil, o Presidente da República eleito, perdeu em Minas Gerais.
Caso Dilma vença a eleição será a primeira vez que isso acontece! Pois a derrota de Dilma em Minas, mesmo que seja por um voto, é quase certa!

São Paulo

O maior colégio eleitoral do Brasil com 23% dos eleitores, ou seja, quase 32 milhões de votos, o PSDB costuma ganhar do PT como foi em 2.010, onde Serra obteve uma diferença positiva de 1,9 milhões de votos e Aécio sonha emplacar 2,4 milhões, ou seja, 500 mil votos a mais.
Aqui temos um problema: Geraldo Alckimin também sofrerá com a campanha - problemas de desabastecimento de água - e com uma campanha mais difícil, ao meu ver, principalmente pelo fator Paulo Skaf.

Bahia, Pernambuco, Ceará, Maranhão

Serra em 2.010 perdeu feio, no Norte e Nordeste.
Dessa vez Aécio conseguiu um time muito mais forte em estados significativos - Bahia, Ceará, Maranhão e Amazonas - e Eduardo Campos, reconhecido como um ótimo governador de Pernambuco poderá complicar a vida de Dilma em sua reeleição.
Porém, tenho a plena certeza que o fator Bolsa Família, poderá ainda dar um bom palanque a atual presidente, já que é sabido que essas regiões do país é onde há maior número de beneficiários.

O medo

Em 2.002 quando Regina Duarte falou sobre o medo da mudança, a mensagem foi pouco entendida pela população em geral que já tinha se acostumado com o Plano Real, e esquecido que um dia houverá inflação no país.
Lula revelou a Carta ao povo brasileiro e o mercado se acalmou e até o ajudou muito a ser eleito.
Dessa vez, a campanha do medo, pode ser SIM, um diferencial, pois a população que conquistou benesses (as quais sou totalmente contra!), é facilmente manipulável e poderá ser convencida de que a oposição que acabar com o welfare state exagerado do Brasil.
Outro diferencial pró Dilma é a presença de Lula que apesar de todas as denúncias é visto com bons olhos nesses Estados.

O mercado

Na história do Brasil, caso Dilma vença, será a primeira vez que o mercado apoiará o candidato derrota, já que está muito claro que a atual Presidente não é apreciada por esse importante ramo da sociedade.

Enfim

Continuo afirmando que o fator TV (o tempo de exposição na TV), somado a capacidade dos profissionais de marketing, farão a diferença nessa eleição e por termos eleitores mais tradicionais (ainda!), com paúra de mudanças, dão mais chances a Dilma Rousseff.
Muita água vai rolar debaixo dessa ponte, mas a nossa democracia (ela existe?), onde negociações de tempo de TV podem mudar ou manter os desejos de eleitores pouco habituados com a leitura matinal de jornalistas sérios e isentos como Setti, farão a diferença.

Por Marcelo Di Giuseppe

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