domingo, 18 de maio de 2014

Capital no Século XXI

Leitura difícil

Confesso ainda estar no meio do denso livro Capital no Século XXI de Thomas Piketty, mas já compreendendo bem a tese do autor, que sentado sobre dados de diversos países, demonstra que a diferença entre os mais ricos e mais pobres vem aumentando e vislumbra um futuro nada promissor.

Solução fácil

Se por um lado, o embasamento da obra, está correto, entendo que a solução dada pelo economista é equivocada. Punir com até 80% de impostos os mais ricos - herdeiros, por exemplo - seria uma solução fácil para um problema bem difícil.

Como aplicar?

O primeiro, sem dúvida, seria a aplicabilidade do imposto já que seria facilmente burlado pelo seus devedores que arrumariam, por exemplo, o subterfúgio usual dos americanos abrindo empresas ou fundações, passando sua fortuna para ser administrada pela sua própria família.

E politicamente?

Quem peitaria o Capital com uma lei dessas se o meio político é financiado por eles?

Justiça?

Será que seria justo uma família que criou grande fortuna através do trabalho, após ter iniciado sua empresa dentro de uma garagem como Bill Gates e Steve Jobs, repassarem 80% de sua fortuna acumulada para o governo? Será que todo herdeiro consegue manter a fortuna recebida se não souber administrá-la?

A questão é outra

As pessoas mais ricas continuarão mais ricas, pois frequentam escolas boas, estudam mais anos de sua vida, leem mais, aprendem outros idiomas, viajam mais, enquanto a classe mais pobre bate cabeça com pouca formação intelectual.

O maior obstáculo

Para mim, o  maior obstáculo para a redução da pobreza - além da educação - é a criação de benesses estatais exageradas aos mais pobres. A formação de uma sociedade que espera tudo do governo faz com as pessoas tenham o que comer e assim se mantenham pelo resto da vida, pois são incapazes de atravessar a linha que delimita a sua capacidade.

No Brasil

Isso fica bem claro em nosso país que nos últimos 10 anos viu o preço de suas commodities dispararem e o mercado chinês vir babando sobre nosso produtos e mesmo experimentando uma década de riqueza, conseguiu apenas transferir renda para os mais pobres, enquanto a diferença entre ricos e pobres foi mantida.

Estado gordo?

Já está bem claro que poucos são os administradores públicos que são capazes de gerir bem o que arrecada. Será que seria uma boa solução esvaziar o bolso de herdeiros e encher o bolso do Estado?

Então tá....

Você então se pergunta: Tudo bem, qual seria a solução então? Tenho a clareza que todos, sem exceção, devem pagar impostos, que a carga tributária no Brasil é absurda e sua cobrança é ineficiente, por isso, tentado reduzir apenas a diferença entre ricos e pobres, eu aplicaria um imposto único apenas no consumo. Teríamos assim, uma sociedade mais justa, pois quem tem mais dinheiro consome mais e certamente os produtos ficariam bem mais baratos sobrando mais dinheiro para a classe menos favorecida para investir em sua educação - livros, cursos extras, criar uma pequena empresa, etc.. Você se a de concordar: tudo seria muito mais simples, mas como o Brasil odeia o óbvio, acho que essa ideia não será aplicada tão cedo.

Por Marcelo Di Giuseppe

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