terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Indonésia

No dia 17.01.15, o instrutor de asa-delta Marco Archer foi executado em Jacarta, capital da Indonésia, país asiático com cerca de 250 milhões de habitantes.
Ele havia sido preso em com muita cocaína escondida nos tubos que formam o esqueleto de sua asa-delta.
O tiro dado em seu peito traz à tona algumas discussões: a pena capital é a melhor forma de se fazer justiça?
Por um lado podemos pensar que sustentar um bandido incorrigível durante 30 anos, podendo ele ainda continuar crime, já que o sistema prisional é leniente com suas ações criminosas, a pena de morte seria uma forma de diminuir a criminalidade e o custo de um país que poderia estar investindo na queda da criminalidade, na educação, etc.
Outro argumento à favor é que um bandido morto seria um a menos a voltar a delinquir.
Temos também argumentos contrários a essa medida, tais como: a possível falha da justiça em culpabilizar uma pessoa que no futuro, após sua morte, descobrir a sua inocência ou pelo simples fato de que todos podem ser corrigidos pelo sistema prisional, desde que queiram.
Sou a favor de todos argumento contrários e favoráveis a pena de morte e por isso, sou pessoalmente, contra a pena de morte, já que, na dúvida, prefiro me abster.
Porém, não posso criticar e tentar interferir na decisão de um país asiático e toda a sua independência econômica, financeira, administrativa e cultural.
Marco Archer, por ser um traficante profissional e internacional, certamente sabia do risco que corria e preferiu, ao invés de acordar cedo, tomar um banho e ir trabalhar, cursar um caminho tortuoso e criminoso.
Percebemos, no entanto, que o governo brasileiro iniciou sua empreitada chamando o seu embaixador de volta para o Brasil e agora com a redução do comércio exterior com aquele país.
A presidente da República, Dilma Rousseff, se mostrou indignada e tentou de tudo para que a execução da lei daquele país não fosse cumprida.
Primeiro, já seria muita interferência querer intervir nas leis e costumes de um país longínquo. Afinal, a Indonésia não estava contrariando as sua leis, apenas cumprindo-as.
O Brasil é conhecido pela sua malemolência com as leis, onde podemos citar facilmente casos de assassinos que respondem em liberdade e talvez jamais irão para cadeia.
É isso: quem é o Brasil, um país que não gosta de cumprir leis, para intervir em um país que está fazendo apenas o básico?
Outro ponto a se estranhar, é o tamanho da indignação da Presidente da República pela morte de UM brasileiro, por pena de morte, por ser um criminoso contumaz, por um país que tem no seu cabedal de leis a pena capital.
Jamais vi um pronunciamento indignado da Presidente da República com os 50 mil assassinatos contra criminosos e inocentes que ocorrem anualmente no país que ela preside.
Fica a questão: Marco Archer sabia que corria risco de morte ao traficar em solo indonésio, foi pego e assassinado e o governo brasileiro se comove. Quase 60 mil brasileiros são assassinado em solo brasileiro e o governo não se move!

Por Marcelo Di Giuseppe

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