quinta-feira, 5 de junho de 2014

Individualismo Coletivista

O povo brasileiro já foi consagrado como cordial, simpático e outros tantos adjetivos positivos. Hoje em dia parece que essa roupagem internacional já não existe mais.
A irmã do craque Cristiano Ronaldo diz que por conhecer o Brasil e sua violência, preferiu ficar na Ilha da Madeira para assistir a Copa pela televisão.
Isso seria uma exceção? Não! Podemos também dizer que algumas pessoas vão encarar os possíveis perigos de chegar aos estádios e quem sabe sair às compras nas cidades sede. Não são heróis, mas amantes do futebol e por ele arriscaria-se por alguns dias em nosso país.
A amistosidade brasileira não é mais vista como um ativo nosso, mas como uma imagem de retrato criada em função de nosso passado - miscigenado e receptivo - e que hoje passa por grandes transformações em direção ao fundo do poço.
O egoísmo, que prefiro chamar de individualismo, é cada vez mais latente em nossa sociedade.
Peguemos o nosso trânsito como exemplo: o motorista preocupado com o horário DELE passa a toda no farol vermelho; o pedestre que pensa ter sempre razão pisa com o SEU pé na faixa e acha que o carro que está em grande velocidade deve brecar; o ciclista - mais uma minoria entre tantas em nosso país - anda na contramão justificando que o governo ainda não fez a SUA ciclovia; o motorista do ônibus que passa pelo ponto sem parar, porque não quer pegar mais um velhinho em SEU coletivo; e por ai vai.
E no supermercado? Isso muda? Claro que não! Aquela vaga que você avistou, outra pessoa corta na contramão e coloca o carro, aciona o alarme e corre para dentro do estabelecimento. Por quê? ELE está com pressa.
Essas atitudes vem aumentando e marcando ainda mais a personalidade dessa população, sem diferença de gênero, cor, raça, religião ou renda.
Como diria o velho mestre: O mundo é dos espertos! E, ser esperto no Brasil, é pensar em si próprio, ser um autêntico individualista.
O Governo por sua vez, busca de toda forma lançar novas políticas "coletivistas".
A última investida foi o decreto presidencial 8243/2014.
O que ele prevê? A criação de conselhos para tomar decisões diretas sobre a sociedade, e o que parece ser super democrático, fere totalmente a lição fundamental da democracia onde uma pessoa, vale um voto!
Quem serão os conselheiros, que envolvimento terão com o governo? Nada disso foi explicado!
As pessoas em geral seguem muito felizes com as TVs de LCD colocadas na estante da casa, com o carnê logo ao lado e não prestam atenção no caminho que estamos trilhando.
Se as coisas acontecerem como o atual governo imaginava ao lançar esse novo decreto, será uma política coletivista visando o individualismo do partido no poder. Por muito tempo!

Por Marcelo Di Giuseppe

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